Paulo Emílio Vanzolini, uma das figuras mais icônicas da zoologia brasileira, costumava dizer: "Quando Deus me fez zoólogo sabia o que estava fazendo". Formado em medicina pela Universidade de São Paulo (USP) e com doutorado em zoologia pela Universidade Harvard, Vanzolini dedicou mais de 40 anos de sua vida à exploração científica do Brasil, com foco especial na Amazônia. Suas viagens, financiadas por instituições como a FAPESP, resultaram na descrição de várias espécies novas de insetos, anfíbios, répteis e aracnídeos, sendo homenageado com 15 táxons, como Alpaida vanzolinii (1988), Vanzosaura (1991) e Anolis vanzolinii (1996).
O primeiro apoio da FAPESP a projetos liderados por Vanzolini foi em 1962, quando ele ainda era diretor substituto do Departamento de Zoologia da Secretaria de Agricultura do Governo do Estado de São Paulo – órgão que, em 1969, daria origem ao Museu de Zoologia da USP. Ele solicitou à FAPESP um financiamento de US$ 600 para apoiar a aquisição de "50 a 100 mil exemplares" de espécies coletadas pelo zoólogo norte-americano Boris Malkin em uma viagem ao Suriname e ao rio Gurupi. Algumas correspondências entre o zoólogo e os responsáveis na FAPESP sobre o assunto podem ser vistas abaixo.
Esse financiamento marcou o início de uma série de pesquisas que moldariam profundamente o acervo do Museu de Zoologia da USP.