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Ciência na
Amazônia:

história, desafios e descobertas

“O cientista feliz é aquele que se integra à mata viva. A mata é uma dessas coisas em que o todo é mais do que a soma das partes”

Paulo Vanzolini, zoólogo, em Os calangos do Boiaçu (1992), filme com direção de Ricardo Dias e produção de Superfilmes

A Amazônia é alvo de interesse científico desde que o naturalista alemão Alexander von Humboldt descreveu as paisagens e espécies das “regiões equinociais da América” no início do século 19. Desde então, centenas de pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa do país e do exterior fizeram avançar o conhecimento sobre os ecossistemas, a biodiversidade, as populações locais e as relações natureza-sociedade na região. Esta exposição reúne múltiplos olhares de pesquisadores apoiados pela FAPESP sobre a Amazônia.

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A FAPESP apoia pesquisas na Amazônia desde a sua fundação, em 1962, quando financiou uma das primeiras expedições de Paulo Vanzolini à região. Ao longo de seis décadas, mais de 3 mil pesquisadores embrenharam-se na floresta, desvendando sua biodiversidade, seu papel na provisão de produtos e serviços ambientais, no ciclo do carbono e na regulação do clima - uma região que ao mesmo tempo abriga mais de 30 milhões de brasileiros.

Por Benedito Monteiro

“Do céu, possivelmente na mesma altura por onde agora voavam os pássaros, eu sabia, por experiência própria, o que enxergava. E mais acima ainda, onde os aviões passavam, eu tinha visto na véspera, sem começo nem fim, coberta de verde, recortada de curvas submergindo nas águas dispersas, a imensa planície. Verde! Milhares de tons de verdes: verde-cinza, verde-mar, verde-mata, verde-chão, verde-terra, verde-barro, verde-curva, verde-reta, verde-plano, verde-margem, verde-campo, verde-capim, verde-azul, verde-luz (...). Principalmente: verde distância...”

A primeira parte da exposição documenta o trabalho e as expedições de Paulo Vanzolini à Amazônia e de outros zoólogos do Museu de Zoologia. A segunda volta-se ao histórico de pesquisas acima do dossel das árvores, ou seja, às ciências atmosféricas; e a terceira, aos trabalhos abaixo do dossel, incluindo os primeiros resultados da Amazônia+10 – uma iniciativa proposta pela FAPESP e encampada pelo Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) –, que apoia projetos de pesquisa em colaboração, voltados à conservação da biodiversidade e adaptação às mudanças climáticas, à proteção de populações e comunidades tradicionais, aos desafios urbanos e à bioeconomia como política de desenvolvimento econômico para a região.

Em 2021, durante a COP26 de Glasgow, a FAPESP anunciou a criação de um consórcio envolvendo o Estado de São Paulo e os nove estados da Amazônia Legal (por isso, Amazônia+10) para realização de pesquisas científicas na região. Diante do sucesso, o programa foi assumido pelo CONFAP e hoje conta com a participação das FAPs de 25 unidades da Federação.

FAPESP e Amazônia em números

entre 1992 e 2024
3.716

Projetos de pesquisa apoiados

Pesquisadores envolvidos em pesquisas

3.249
R$417 Milhões

Valor desembolsado pela FAPESP para projetos de pesquisa