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Paulo Vanzolini e o Projeto Expedição Permanente à Amazônia

Difusão e destaques da ciência
1966

O Projeto Amazonas — Levantamento Faunístico, Ecológico e Econômico dos Recursos Pesqueiros do Amazonas começou a ser desenvolvido em 1966, sob a supervisão de Paulo Emílio Vanzolini, do Museu de Zoologia da USP. O trabalho era uma prévia do Projeto Expedição Permanente à Amazônia, coordenado por Vanzolini até o ano de 1987.

O objetivo era treinar pesquisadores em estudos de campo e conhecer melhor a diversidade biológica da Amazônia. Participavam pesquisadores da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Manaus, Amazonas), do Museu Goeldi (Belém, Pará) e da Universidade Harvard (Estados Unidos).

Outro projeto coordenado por Vanzolini e Marta Vannucci chamava-se Levantamentos Biológicos em Base Ecológica do Litoral e da Área Costeira — Baía de Ilha Grande. Reuniu equipes do Instituto Oceanográfico da USP, em colaboração com o Instituto de Botânica e os Departamentos de Geografia e de Geologia da USP, com a participação da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo.

Centro de Documentação Histórica e Arquivos de Fotografias Aéreas

Em 1966, estes foram alguns dos projetos que começaram a ser desenvolvidos com apoio da FAPESP, na modalidade Iniciativas:

• Interpretação Científica da Paisagem. Feito com base em fotografias aéreas e trabalho de campo ao longo da rodovia Rio-Bahia, Raso de Santa Catarina e Paulo Afonso, em uma extensão de 5 mil km, resultou em cerca de 600 fotos apresentadas em um seminário;

• Arquivos de Fotografias Aéreas (AFA). Inaugurados em 29 de novembro de 1966, sob a responsabilidade de Aroldo de Azevedo e Pasquale Petrone (e Ary França e Aziz Ab’Saber a partir de 1968), do Departamento de Geografia da USP. Sua finalidade era a de apoiar o trabalho de especialistas de diferentes áreas, incluindo planejamento urbano e obras públicas;

• Centro de Documentação Histórica. Sob a supervisão de Eurípedes Simões de Paula e José Aderaldo Castello, do Departamento de História da USP, era voltado à aquisição de equipamentos e treinamento de pessoal;

• Centro de Estudos de Nutrição. Funcionava na Faculdade de Medicina da USP, sob a coordenação de Antonio Barros de Ulhôa Cintra e Alberto Carvalho da Silva;

• Índice de Localidades do Mapa do IBGE. Realizado sob a coordenação de Nelson Papavero, da USP, em colaboração com a Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, tinha o propósito de orientar o trabalho de geógrafos, cartógrafos, geólogos, biólogos e engenheiros;

• Seminário sobre História Natural de Organismos Aquáticos. Coordenado por Paulo Emílio Vanzolini.

Apoio à formação do Laboratório de Química de Produtos Naturais

Em 1966, a FAPESP financiou a criação do Laboratório de Química de Produtos Naturais, por meio de um projeto da modalidade Iniciativas, que permitiu a compra de equipamentos e de outros materiais de trabalho. Seguiram-se quatro auxílios a projetos de pesquisa e 27 bolsas de estudo a pesquisadores.

Sob a supervisão de Otto Richard Gottlieb e Paschoal Senise, o Laboratório recebeu também seis auxílios a projetos de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), três da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e dois do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT).

No livro “Atividades de Fomento à Pesquisa e Formação de Recursos Humanos Desenvolvidas pela FAPESP entre 1962 e 2001”, Alberto Carvalho da Silva informa que até 1994 o laboratório já havia formado 44 mestres e 78 doutores.

Alberto da Silva aponta ainda que “o laboratório manteve íntima colaboração com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Museu Paraense Emílio Goeldi e as Universidades Federais do Ceará, Paraíba, Alagoas, Minas Gerais e a Rural do Rio de Janeiro”. “Entre as grandes linhas de pesquisa destacam-se o isolamento de mais de 1.000 substâncias a partir de plantas e a verificação do quimismo dos vegetais em várias regiões, contribuindo para a compreensão da relação da morfologia e evolução das plantas com o seu metabolismo”.

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