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Crodowaldo Pavan assume cargo de diretor-presidente da FAPESP

Gestão
1981
Clodowaldo Pavan
foto: Silvio Ferreira / Revista Pesquisa FAPESP

Crodowaldo Pavan (1919-2009), um dos primeiros conselheiros da FAPESP, assumiu o cargo de diretor-presidente da instituição em 1981. Ele ficou no posto até 1984.

Nascido em Campinas, Pavan foi um dos fundadores da genética no Brasil, com descobertas de repercussão internacional ao longo de uma trajetória científica de mais de 50 anos, e teve um papel relevante na política científica e tecnológica nacional.

Pavan graduou-se em história natural pela Universidade de São Paulo (USP) em 1941, e começou a fazer pesquisas na incipiente área de genética sob a orientação inicialmente de André Dreyfus e depois de Theodosius Dobzhansky, russo naturalizado norte-americano que promoveu a genética no Brasil.

Pavan publicou seus primeiros artigos científicos em 1943, ambos em colaboração com Dobzhansky, e logo depois do doutorado, concluído em 1944, embarcou para um pós-doutorado nos Estados Unidos com bolsa da Fundação Rockefeller. Durante 19 meses, ele trabalhou no laboratório de Dobzhansky na Universidade Colúmbia e na Universidade do Texas em Austin, além de visitar várias universidades do Canadá.

De volta à USP, Pavan promoveu a formação de grupos de pesquisa em São Paulo e em outros estados, com o apoio da Fundação Rockefeller. Em 1953, foi aprovado em concurso e aos 33 anos se tornou o professor catedrático mais jovem da USP, substituindo Dreyfus, recém-falecido. Em 1962, Pavan integrou o primeiro Conselho Superior da FAPESP, presidido por Antonio Barros de Ulhôa Cintra, então reitor da USP. De 1981 a 1984, como diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo, Pavan atuou na recuperação econômica da FAPESP, debilitada pelo atraso no repasse governamental das verbas, corroídas pela alta inflação da época.

Durante três mandatos, de 1981 a 1986, ele presidiu a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), e soube utilizar os dois cargos para mobilizar professores das universidades públicas paulistas e pesquisadores dos institutos de pesquisa do estado de São Paulo e liderar o movimento que resultou na chamada Emenda Leça, que obrigava o governo a fazer à FAPESP repasses mensais no próprio ano da arrecadação.

Convidado por Renato Archer, primeiro-ministro do então recém-criado Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Pavan presidiu o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) de 1986 a 1990. Entre outras condecorações, Pavan recebeu a medalha de Grande Oficial da Ordem do Mérito (Portugal) em 1987 e a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico (Brasil) em 1994.