Três novos gestores: Nelson de Jesus Parada, José Fernando Perez e Joaquim José de Camargo Engler
Nelson de Jesus Parada é nomeado diretor-presidente da FAPESP

Nascido em Campinas em 1939, Nelson de Jesus Parada formou-se em engenharia eletrônica no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) em 1963, onde fez o mestrado e lecionou nos dois anos seguintes. Em seguida ele se mudou para os Estados Unidos e em 1968 completou o doutorado no Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT). Parada voltou ao Brasil em 1968 para trabalhar como professor e pesquisador do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP). Como sua contratação foi cancelada – era a época do governo militar e do Ato Institucional n.º 5 –, ele se instalou no Instituto de Física da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e implantou a pós-graduação no instituto e depois em toda a universidade.
Parada foi diretor-geral do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) de 1976 a 1986. Ali, apoiou a implantação da pós-graduação e a construção de novos laboratórios e foi um dos idealizadores da Missão Espacial Completa Brasileira. Ele criou e presidiu a Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais (Funcate), que gerenciou a construção de um satélite de sensoriamento remoto, o CBERS, em colaboração com a China.
Em seguida, Parada foi pró-reitor de pesquisa da Unicamp, diretor da Embraer e secretário de Ciência e Tecnologia e depois de Tecnologia Industrial no então chamado Ministério da Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia. Foi nomeado diretor-presidente da FAPESP depois de ter sido membro do Conselho Superior, de 1971 a 1977. Entre outras honrarias, Parada recebeu a Ordem do Mérito Rio Branco do Ministério de Relações Exteriores do Brasil em 1981, a Legião de Honra da França em 1984 e a Ordem do Mérito Aeronáutico do Ministério da Aeronáutica em 1988.
José Fernando Perez assume cargo de diretor científico

Natural de Santos, litoral paulista, José Fernando Perez (1944-) graduou-se em 1967 em dois cursos, o de engenharia eletrônica pela Escola Politécnica e o de física Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, ambos na Universidade de São Paulo (USP). Fez o mestrado em física na USP (1969) e o doutorado em ciências naturais na Escola Politécnica de Zurique, na Suíça (1973).
Como diretor científico da FAPESP por quase 12 anos, Perez promoveu programas como o Genoma e o Programa de Inovação Tecnológica na Pequena Empresa (PIPE), que aumentaram a visibilidade internacional da ciência brasileira.
Ele recebeu a Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico em 1998 e a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico em 2000, ambas oferecidas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Perez foi professor titular do Departamento de Física Matemática do Instituto de Física da USP.
Desde 2005 é diretor presidente de uma empresa de biotecnologia na área de saúde humana.
Joaquim José de Camargo Engler torna-se diretor administrativo

Nascido em Campinas, interior paulista, Joaquim José de Camargo Engler (1942-2023) era um especialista em economia agrícola e gestão financeira de instituições públicas. Presidiu a Comissão de Orçamento e Patrimônio e foi um dos responsáveis pela criação do Anuário Estatístico da Universidade de São Paulo, em 1987. Foi reconduzido várias vezes ao cargo de diretor administrativo da FAPESP, que exerceu até 14 de fevereiro de 2017.
Engler formou-se em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP em 1964, concluiu o mestrado em 1969 e o doutorado em 1971, ambos na Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos. Trabalhou como professor visitante contratado no Instituto Gulbenkian de Ciência, em Portugal, de 1972 a 1976, foi assessor técnico da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo de 1975 a 1981 e do Ministério da Educação de 1972 a 1986. Engler foi um dos idealizadores e um dos primeiros diretores (em 1977) da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq), responsável pela captação e gerenciamento de recursos nacionais e internacionais aplicados em pesquisa, treinamento de pessoal e publicações científicas.
Em 1982 ele assumiu a direção da Esalq, na qual havia sido contratado como professor um ano
antes. Foi diretor até 1986 e, ao mesmo tempo, coordenador do câmpus da Esalq (1985 a 1986). Engler recebeu, entre outros prêmios, a Medalha Fernando Costa da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo em 1991, o International Alumni Award da Universidade de Ohio em 1994, a Medalha Paulista de Mérito Científico e Tecnológico em 2001 e o título de Cidadão Piracicabano em 2007.
Ele faleceu em julho de 2023, aos 81 anos.