O principal marco da história da FAPESP nos anos 2010 é o aumento expressivo da colaboração internacional e interestadual da fundação através de acordos, pesquisas, parcerias e projetos coletivos.
Estruturada a partir de um diagnóstico da comunidade científica sobre a importância da cooperação internacional e seus impactos sociais, econômicos e intelectuais, essa política também envolveu a promoção das FAPESP Weeks, eventos de relacionamento e divulgação da pesquisa brasileira em diversas universidades pelo mundo. Nacionalmente, as fundações de amparo à pesquisa nos diversos estados brasileiros passaram a colaborar mais entre si, o que também ajudou a ciência brasileira a aumentar a visibilidade e impacto no cenário internacional.
A primeira Fapesp Week aconteceu em Washington, D.C., no período das comemorações de 50 anos da FAPESP, em maio de 2012. O sucesso notável desse encontro fez com que diversas outras FAPESP Week fossem promovidas tanto nos Estados Unidos como em países da Europa, do continente asiático e da América Latina. Outras iniciativas nesse sentido são os programas de Bolsa Estágio de Pesquisa no Exterior (BEPE) e o SPRINT – São Paulo Researchers in International Collaboration, para estimular a mobilidade acadêmica.
“Realizados quase sempre fora do país, com dois a três dias de duração, esses eventos criaram oportunidades únicas de interação tête-à-tête entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros, tanto do ponto de vista institucional quanto individual”, afirma o físico Marcelo Knobel no especial de 60 anos da FAPESP.
Ao longo da década, alguns destaques científicos marcaram a história da fundação, como a inauguração do navio oceanográfico Alpha Crucis, em 2012, e do barco de pesquisa Alpha Delphini, em 2013. Pouco antes, em 2010, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais-Inpe recebeu, com recursos da FAPESP e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, um supercomputador apelidado Tupã, o trovão na mitologia indígena Tupi. A máquina ampliou em 50 vezes a capacidade de processamento de informações meteorológicas e tornou-se fundamental para previsões de longo prazo.
No âmbito do aprimoramento institucional, no início da década foram publicados documentos significativos: a renovação da Política para Propriedade Intelectual e o Código de Boas Práticas Científicas – este com o propósito de reforçar a integridade ética da pesquisa na comunidade científica paulista. “As diretrizes estabelecidas neste código concernem a uma parte da esfera da ética profissional do cientista. Elas concernem apenas à integridade ética da pesquisa científica enquanto tal, ou seja, aos valores e padrões éticos de conduta que derivam direta e especificamente do compromisso do cientista com a finalidade mesma de sua profissão: a construção coletiva da ciência como um patrimônio coletivo”, afirma o preâmbulo do texto, reforçando a missão do código.
A partir de 2017, no campo da divulgação científica, a FAPESP e o Instituto do Legislativo Paulista (ILP) da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) deram início aos Ciclos ILP+FAPESP de Ciência e Inovação, que integram uma estratégia de disseminação do tema da Ciência & Tecnologia na sociedade.
A fundação seguiu respondendo às demandas da comunidade científica com o lançamento dos programas de Centros de Pesquisa em Engenharia, pesquisa em eScience e 17 novos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs). Em 2015, à medida que o surto de vírus Zika se intensificava no país, a FAPESP apoiou decisivamente a produção e difusão do conhecimento científico sobre o tema, contribuindo para amenizar um grave problema de saúde pública.